É como pisar em barro: escorregadio e desconfortável. Como tentar andar de patins em uma ladeira de paralelepípedos: praticamente impossível e altamente perigoso. Isso era estar perto de você. Uma bomba relógio no 00:01. Tudo flores e borboletas, mas não por muito tempo. Eu quero, preciso, falar sobre isso com alguém. E agora que já contei para todas as minhas melhores amigas o que sinto, você é a única pessoa que me vem a cabeça. Foda-se o que dizem sobre contar para alguém que você gosta dessa pessoa: "é a pior coisa que se pode fazer". Não é por isso (até por que, se ninguém falar nada, quais serão as chances?). Não, não é por isso que não te conto. É por causa do que eu já passei e porque tenho medo de não ser exatamente o que penso. A cada vez que te vejo, tento achar algum defeito pra provar que você não é bem como eu pensava e que isso tudo é uma péssima ideia. Porém, depois de tudo, eu vou sempre amar o seu sorriso; seu jeito de falar, andar; suas piadas, que, muitas vezes, só eu acho graça; o modo como você me faz ficar sorrindo como uma boba, ou como eu não consigo ficar chateada com você. Resumindo: eu vou amar você, apesar de ser escorregadio e apesar do segundo restante.
Amar você é como um pacote de jujubas. É, um pacote de jujubas. Eu não sei quando, mas eu o deixei com carinho em cima da mesa do meu quarto e todos os dias, quando acordo, eu vou até lá e pego uma. Sem olhar a cor. Há diversos sabores, mas todos são igualmente doces. Todos estão envoltos por cristais de açúcar. Ah, menina, você não faz ideia de como eu sou apaixonado pelos seus cristais de açúcar. E eu tenho aprendido a viver esse amor. Aprendido a conhecer ele. Eu só queria que os vagalumes iluminassem todas as noites com o mesmo brilho do seu olhar. Nem é pedir tanto assim, é?
E a bomba estourou. Levando consigo meu coração. Você ainda não percebeu, não é mesmo? É você. Sempre foi. Você é a bomba que apareceu na minha vida e mudou tudo de lugar. Destruiu tudo e o que restou pôs de cabeça pra baixo. E o pior de tudo é que eu deixei. Você chegou e eu, simplesmente, disse: "Oi. Fique à vontade." Você me mostrou a luz, mas depois me deixou no escuro enquanto admirava os fogos. Você fez parecer que era simples, mas não mostrou como fazer. E agora? Bem, agora só me resta fazer brigadeiro e assistir Netflix. Parece loucura. E deve ser mesmo. Mas eu não ligo. Não agora.
Eu tenho descoberto novos sentimentos todos os dias. Sentimentos que eu nunca achei que experimentaria. Sentimentos que eu achava que não existiam, mas existem. Não me surpreendo que todos eles sejam maravilhosos, cada um da sua maneira. Não que eles se comparem com o cheiro do seu cabelo, a maciez da sua pele ou o sorriso que aparece no seu rosto quando me avista de longe enquanto estou esperando por você. Também não se comparam ao som da sua voz ou ao frio na barriga que me assombra todas as vezes que sei que há pelo menos um porcento de chance de te ver. Acho que eu nem preciso mencionar que faço questão de assistir você indo embora pra não perder um segundo sequer da sua companhia e que gosto da ideia de que a qualquer momento você pode virar pra trás e me jogar um último beijo ou me dar um último abraço apertado. Eu enxergo você e os seus mínimos detalhes. Estou me apaixonando por cada um deles e é esse sentimento que tem feito de mim uma pessoa melhor. Você sabe, eu sou um desastre. Mas eu amo você. Eu amo você e todas as suas perfeitas imperfeições.


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